Coluna Resenhando Por Esporte: O Nome do Vento


Título: O Nome do Vento
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Sextante
ISBN: 9788599296493
Páginas: 656



Séries de fantasia com vários volumes são um compromisso de tempo, de atenção e de, não menos importante, paciência. Para sustentar a devoção de um leitor a uma série cuja contagem de páginas ultrapassa os milhares e cujo calendário de publicação pode abranger o nascimento dos seus filhos, esse livro não deve ser bom. Deve ser extraordinário, aproximando de uma nota de dois dígitos. Caso contrário, os admiráveis autores Steven Erikson, autor da série Malazan Book of the Fallen (série com previsão de lançamento no Brasil para 2015) e Robert Jordan, autor da série A Roda do Tempo (atualmente sendo publicada pela editora Intrínseca) sofreriam de desgaste por parte de alguns leitores uma vez que – tendo atingido tal complexidade e tamanho obrigariam os leitores a relerem os volumes anteriores – os fãs simplesmente desistiriam.
Nos últimos anos, o público brasileiro foi convidado para um banquete que nunca acaba de livros grandiosos que merecem um lugar na sua estante, um deles foi O Nome do Vento, livro de estréia do autor Patrick Rothfuss, uma obra complexa, maravilhosa e, ouso dizer, uma das melhores que já presenciei. A obra é uma conquista, especialmente vindo de um autor estreante. A verdadeira medida do seu valor reside na expectativa do que está por vir.
O Nome do Vento, Dia Um d’As Crônicas do Matador de Rei rapidamente fez seu caminho para a minha lista de melhores livros de fantasia. O livro, que é praticamente uma autobiografia de um outrora famoso músico, – agora recluso – arcanista e aventureiro chamado Kvothe, é revolucionário, a meu ver, no seu método de contar histórias. Autobiográfico em sua maior parte, o livro começa, termina e, ocasionalmente, reverte para uma narrativa que revela a fonte das informações autobiográficas.
A história envolve a vida de Kvothe desde sua infância, passando pela adolescência e um pouco do caminho para a maturidade. O universo em que a narrativa se passa foi lindamente criado. Isso inclui tudo, desde um estilo acadêmico de magia, o que a faz ser normalmente utilizada durante a narrativa, até a música que faz uma grande parte na história.
Rothfuss evita uma imensidão de personagens, uma boa estratégia quando se trata de um personagem incrivelmente atraente, como Kvothe. O estilo narrativo dançava numa linha tênue entre a terceira pessoa e a primeira, recurso que se encaixava bem na história. O começo do livro foi um pouco lento e levou um tempo para eu realmente pegar o interesse. Mas os primeiros capítulos são de extrema importância para criar vida ao personagem principal contrastando com a pessoa que ele é.
Você pode criticar um livro por ele ser longo quando você amou cada palavra escrita nele? E quando você fica ansioso por mais após ler as suas últimas páginas? Para cada clichê que me deparei, O Nome do Vento é um exemplo que como fazê-los bem.
É tão raro encontrarmos um livro que é uma obra de arte e tem uma história envolvente. Patrick Rothfuss é um dos melhores contadores de histórias do momento. É muito cedo para dar-lhe uma nota máxima ou listar ele entre a nobreza da fantasia, mas o seu lugar já é quase garantido. Raramente você se encontra fora da história e nem se pode imaginar um erro na escrita, pois ela é impecável. Com O Nome do Vento, Rothfuss revolucionou o gênero fantástico nos apresentando um personagem real, uma escrita impecável e um novo jeito de contar histórias. Não é novidade que esta série se tornará a favorita da estante de muita gente.


Postado por Kelvin Souza

2 comentários :

  1. Já ouvi falar muito bem desse livro e gostaria muito de ler, porém ele mesmo já e grande o O temor do Sábio é maior ainda, então fico meio receado em começar, mas algum dia eu leio-os.
    Abraços, Carlos.

    http://blogchuvadeletras.blogspot.com.br/

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  2. Oi!
    Não tinha ouvido falar sobre esse livro ainda. Tu já leu? É bom?

    beijos.
    http://mundo-restrito.blogspot.com.br

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